Wing Chun Kuen (WCK) é uma arte marcial de origem chinesa, lógica e científica, completamente diferente das outras, com ênfase na economia de movimentos e,  proporcionando excelente defesa pessoal e aptidão física a seus praticantes. As técnicas são baseadas em movimentos diretos, práticos, simples e naturais, sem uso de força "bruta" e de emprego imediato.

     São desenvolvidas habilidades técnicas de equilíbrio, sensibilidade, posicionamento de corpo (posturas), velocidades, precisão, poder e energia interna através das variedades de movimentos físicos específicos e combates supervisionados que simulam uma luta real. O objetivo do combate está em proteger a linha central do corpo vertical (medial) com defesas e ataques de mãos curtos e explosivos e chutes médios/baixos, ainda, golpes direcionados contra os pontos vulneráveis do agressor.

     Chutes altos não são utilizados ou com giros de corpo e quebras de blocos de madeira e/ou tijolos. Pelo fato do WCK ser um sistema de defesa pessoal de aplicação científica, requer entendimento profundo da arte antes dos estudantes poderem executar propriamente os movimentos, exigindo constância nos estudos, análises e questionamentos das razões de cada movimento e, não simplesmente imitá-los.

     Os conhecimentos do Wing Chun Kuen estão ao alcance de pessoas com idades acima dos 12 anos, independentemente de sexo, biotipo ou massa muscular, ou ainda, limite máximo de idade. Conseqüentemente, o praticante adquire os benefícios do controle de estresse, disciplina mental, melhora na concentração, confiança, integração social, conhecimentos culturais, filosofia de vida e espiritualidade, desenvolvimento pessoal e sensação de bem estar, com isso tem um excelente investimento para uma vida saudável com qualidade.

     Só existem dois meios de se praticar o WC: o correto e o incorreto. Os estudantes realmente interessados em aprender a arte devem assegurar-se na escolha de um professor competente e capacitado, com conhecimentos e treinamentos corretos. Em artes marciais, mais do que em outras áreas, o prestígio pessoal vem de acordo com o tempo de prática e dedicação pela arte

1. História do Estilo

1.1. Lenda

      Segundo contam, Yim Yee era um dos discípulos que conseguiram sobreviver à destruição do Templo Shaolin, e foi para região no sopé da montanha Tai Leung, onde se dedicou ao comércio de vagens. Yim Yee tinha uma filha chamada Yim Wing Chun e na vila havia um marginal chamado Wong, famoso tanto por sua habilidade de lutar quanto por seu mau proceder. Atraído pela beleza de Yim Wing Chun, Wong mandou-lhe um ultimato, dizendo que, ou ela casava com ele ou ele a tomaria à força em uma determinada data. Como Yim Yee já estava velho e não tinha mais condições físicas de enfrentar o valentão, ele e a filha se preocupavam sem saber o que fazer.
      Enquanto isso, Ng'Mui, a monja que também sobreviveu à destruição do templo, e que estava hospedada no Templo da Garça Branca, costumava descer à vila, no sopé da montanha, e ficou sabendo da história, que lhe tocou os brios, e, despertando seu senso de justiça, foi oferecer ajuda a Yim Wing Chun. Só que ao invés de expulsar o valentão da região, ela preferiu ensinar sua arte à filha de Yim Yee. Como conseqüência dos ensinamentos de Ng'Mui, Yim Wing Chun conseguiu derrotar o valentão e expulsá-lo da região. Mais tarde casou-se com Leung Bok Chau, o qual já possuía conhecimentos de artes marciais antes de desposá-la. Depois do casamento ela o via praticar seus exercícios de Kung Fu e fazia-lhe sugestões a respeito de certas técnicas, discutindo com ele teorias das artes marciais. A princípio, ele prestou pouca atenção a essas sugestões, pois se considerava um lutador razoável e não via como uma mulher frágil como sua esposa poderia saber alguma coisa que ele já não soubesse. Mas o tempo foi passando e ele começou a notar certas pertinências nas observações dela, e incentivou-a a enfrentá-lo. Foi repelido com certa facilidade, embora estivesse usando sua melhor técnica. Surpreso com esse resultado repetiu a experiência diversas vezes e todas as lutas acabavam da mesma forma.
      Foi então que Leung Bok Chau caiu em si e percebeu que sua esposa não era tão frágil quanto às outras mulheres. Pelo contrário, era uma poderosa lutadora com grande habilidade numa arte marcial estranha e até feia, mas de extrema eficiência em luta. Daí em diante passou a admirar a técnica dela e sempre que podia a praticava. Denominou essa arte "Wing Chun Kuen" (arte dos punhos de Wing Chun) em homenagem a ela. Muitos anos depois de Leung Bok Chau ter aprendido a arte do Wing Chun de sua esposa, ele a transmitiu para atores de ópera chinesa, dentre eles Wong Wah-Bo, Leung Yee-Tai, Dai Fa Min Kam, Gao Lo Chung, Hung Gun Biu e Leung Lan Kwai.
      Daí começou a se expandir o Wing Chun Kung Fu por toda China, depois Europa e Américas. À medida que o estilo se popularizou, surgiram variantes do Wing Chun convencional, de acordo com a linhagem que se segue; alguns praticantes fizeram pequenas mudanças, outros o simplificaram ainda mais. Depois da fama de Yim Wing Chun, destaca-se o Shifu (ou mestre) Leung Jan, médico herbalista, que viveu seus últimos anos na vila chamada de Gu Lau, em Foshan, ficou famoso em toda a China como o Rei do Wing Chun. Mantendo a tradição de segredo, ele teve apenas três discípulos em todos os anos em que ensinou: seus dois filhos, Leung Tsun e Leung Bik, e um rapaz que possuía o apelido de "Wah, o Homem de Madeira". Tal apelido lhe foi dado porque costumava quebrar os braços do Mudjong com sua técnica poderosa.
      Ao lado da farmácia de Leung Jan havia uma loja de troca de dinheiro mantida por Chan Wah Shun. Ele era conhecido como "Wah, o Trocador de Dinheiro". Chan Wah Shun era louco por artes marciais e queria muito aprender o estilo de seu vizinho. Todos os dias "Wah, o Trocador de Dinheiro" espiava o treinamento por uma fresta na porta da farmácia, pois o ensino era extremamente secreto. Voltando para sua casa, treinava exaustivamente o que havia visto o Mestre fazer. Um dia, quando o Mestre estava fora da cidade, o "Homem de Madeira" convidou o "Trocador de Dinheiro" (cambista) para treinar na farmácia com ele e Leung Tsun. Ao retornar e desconfiar de que alguma coisa diferente havia ocorrido em sua ausência, Mestre Leung Jan foi inteirado do ocorrido. Mandou chamar o "Trocador de Dinheiro" e pediu-lhe uma demonstração. Impressionado pela habilidade adquirida unicamente assistindo aos treinos, Mestre Leung Jan o aceitou como discípulo.
      Alguns dos sistemas mais conhecidos de Wing Chun na República da China são: a) Yen Kay-San, b) Gu Lao, c) Pao Fa Lien, d) Jee Shim, e) Pan Nam, f) Hung Suen, g) Pien San, h) Yip Man, i) Nanyang e outros - mas todos com o mesmo fundamento e teorias do tradicional fundado no Templo de Shaolin por Ng'Mui. 
      O Wing Chun constitui a verdadeira arte da liberdade de expressão, da adaptação às circunstâncias, preparando o praticante para reagir a qualquer situação, sem pensar; movimentos simples, diretos e econômicos, que, se bem treinados, tornam-se reflexivos, pois serão movimentos naturais, instintivos. "Responda como o eco; adapte-se como a sombra; Golpeie como a flecha."
      Como dito anteriormente, a criadora do sistema de Wing Chun foi Ng'Mui, agora, imagine uma mulher bloqueando, só com a força do braço, um soco bem violento desferido por um homem numa briga real. A defesa seria racionalmente impossível, mas se ela usar todo o seu corpo para bloquear esse ataque, certamente irá obter sucesso, pois numa só defesa ela pode fazer uso de toda a sua força estrutural. Talvez esta seja uma das maiores razões pelo crescimento do Wing Chun, seu rápido aprendizado e a eficiência em combates reais. O Wing Chun promove um sistema que torna uma pessoa pequena e franzina capaz de vencer um adversário mais forte e maior fisicamente.
      As frases: "simplicidade é beleza" e "as coisas mais simples da vida são eventualmente as melhores", se encaixam perfeitamente na descrição do Wing Chun.

1.2. Registros históricos

1.2.1 O Incêndio do Templo Shaolin 
      É verdade que os monges Shaolin estiveram envolvidos com o movimento anti-Qing quando a Dinastia Ming foi deposta. O Templo do Norte não foi incendiado durante a Dinastia Qing: para dizer a verdade, ele se expandiu durante esse período. No entanto, ele foi cercado pelas forças Qing – militar e política – para que não tomasse parte dos movimentos de rebelião. Foi o Templo do Sul, em Fujian, que foi queimado e destruído, devido ao seu aberto apoio aos revolucionários Ming.

1.2.2 Os Cinco Anciões 
      A tradição oral remonta os Cinco Anciões ao início do século XIX, sugerindo que o Wing Chun tenha cerca de 200 anos, quando na verdade este é mais antigo, pois tomou forma no século XVII. Contudo não há prova registrada de quem eram os Cinco Anciões, ou mesmo se eram pessoas. Os registros da Hung Mun (Sociedade Secreta) fazem referências aos Cinco Anciões, e assim as lendas foram introduzidas no Wing Chun. É possível que os Cinco Anciões sejam uma referência à evolução dos diferentes ramos das Sociedades Secretas que surgiram durante os conflitos entre as Dinastias Ming e Qing, ou pode ser uma metáfora histórica para as variações dos sistemas de artes marciais de Shaolin. Registros das Sociedades Secretas também apontam para os Cinco Anciões políticos. “Yat Chum” é outra tradição oral. De acordo com a lenda, o histórico sobrevivente Cheung Ng aprendeu suas técnicas marciais de um abade chamado Yat Chum Dai Si.

1.2.3 Yim Wing Chun, seu pai e seu marido 
      Assim como os Cinco Anciões, não há registros históricos escritos sobre Yim Wing Chun, seu marido ou seu pai. O problema com esta versão é que se não havia Cinco Anciões, então a monja Ng Mui, também não existiu. Se os Cinco Anciões eram os líderes revolucionários da época, então eles também teriam sido marcados na lista dos “mais procurados”. Se ela apresentou-se, ou como uma mulher disfarçada de homem, ou como uma revolucionária, somente para ensinar Kung Fu a uma jovem menina, não teria posto em perigo apenas a sua própria vida, mas também a de seus companheiros anciões e a de sua jovem discípula. Do mesmo modo, a regra do Exército Qing, de executar “Nove Antepassados em Crime” significaria a morte de todos os seus parentes até nove gerações, caso fosse descoberta. Como se vê, teria sido bem ilógico para tal pessoa voluntariar-se para ensinar Kung Fu a uma menina simplesmente porque esta estava sendo forçada a um casamento. Qualquer um que estuda Wing Chun sabe que se trata de uma arte marcial sofisticada e avançada. É muito improvável que apenas uma pessoa tenha desenvolvido um sistema tão complexo sozinho. Outro ponto é que o Wing Chun é baseado no princípio da eficiência. Para que seja eficiente, o praticante tem que executar os movimentos baseados nas estruturas do ser humano, e não de animais. Se a mítica Yim Wing Chun houvesse inventado o sistema e o passado a seu marido, que mais tarde o tivesse levado aos Juncos Vermelhos, isto nos remeteria novamente ao início do século XIX, criando um problema de questão cronológica. Os Juncos Vermelhos pertenceram à centúria de 1800 enquanto o Templo Shaolin do sul foi destruído na de 1600. Esse seria um tempo bastante longo para que alguém permanecesse vivo, especialmente nesta época. Desta forma, caso as lendas fossem verdadeiras, haveria cerca de 200 anos de história suprimidos.
      Se formos examinar as raízes do Wing Chun cientificamente, entenderemos a etimologia e a lógica da expressão "Yim Wing Chun". Weng Chun, como originalmente era chamado, tinha um significado diferente. O termo “Weng” significa perpétuo. Dentro do Templo Shaolin, o Weng Chun Tong (Salão da Eterna Primavera) foi o local onde a arte era desenvolvida e praticada. Depois da destruição do Templo do sul, a palavra mudou de “Weng” para "Wing". O termo “Wing” significa louvor, proclamação. Isto queria dizer que o conhecimento deveria ser passado oralmente, de modo que seus detalhes não caíssem nas mãos de inimigos; este método de ensino é também coerente com o ensino oral do budismo Ch’an. O ensinamento Shaolin exigia o método “um a um”, ou seja, o ensino de Mestre a aluno, para que se obtivesse uma experiência completa. O “Yim” também foi adicionado à expressão “Yim Wing Chun”. O termo “Yim” significa ser sigiloso, secreto. Desta forma, a intenção estava em passar a arte de forma pessoal e secreta. A intenção original era retornar o nome para “Weng Chun” a partir do renascimento bem sucedido da Dinastia de Ming. Mas como esse renascimento nunca ocorreu, o nome permaneceu Wing Chun e assim continua até hoje.
      O incêndio do Templo aconteceu, mas foi no Templo sul. Os Cinco Anciões podem ser uma metáfora representando os esforços combinados dos Templos Shaolin e as Sociedades Secretas. Os Cinco Anciões também podem ser cinco diferentes artes marciais e/ou cinco diferentes ramos de sociedades secretas que surgiram das lutas para a restauração da Dinastia Ming.
      Yim Wing Chun representa o sistema avançado que foi desenvolvido dentro do Templo Shaolin e passado em segredo por muito tempo. O sistema Wing Chun permaneceu escondido até que foi levado ao público durante a era dos Juncos Vermelhos. Foi muito conveniente na época ter-se uma estória (lenda) para encobrir a verdadeira identidade do sistema, prevenindo assim que espiões obtivessem qualquer informação útil a partir de seus hábeis subterfúgios.

1.2.4 Weng Chun não está relacionado com Wing Chun 
      Dentro do Templo Shaolin do sul, havia um lugar chamado Weng Chun Dim ou o Grande-Salão da Perpétua Primavera. O estilo que era ensinado nesse salão, chamado (Chi Sim), Weng Chun Kuen (Punho da Perpétua Primavera), representou um dos níveis mais altos do Kung Fu de Shaolin. Trata-se de uma expressão Ch’an das artes marciais: relaciona-se com o Budismo Ch’an em todos os níveis de combate e contém treinamento completo de Chi Gung (técnicas respiratórias para a saúde). Weng Chun é um sistema de luta baseado nos conceitos de Tempo/Espaço, Energia e Gravidade (Céu, Homem e Terra).
      De outra parte, outro sistema, também desenvolvido no Templo Shaolin do sul, esteve diretamente ligado às sociedades revolucionárias, ou Hung Mun. O (Hung Fa Yi) Wing Chun Kuen (Punho do Louvor à Primavera) foi desenvolvido no Wing Chun Tong, ou Salão do Louvor à Primavera, e também é baseado no Budismo Ch’an e nos conceitos de Tempo, Espaço e Energia. Entretanto, o foco do Wing Chun está na Economia de Movimentos, o que cria diferentes esquemas de estrutura corporal em relação àqueles encontrados no Weng Chun. No entanto, ambos os sistemas compartilham das mesmas raízes no Budismo Ch’an e se originaram do Templo Shaolin do sul. São considerados “artes-irmãs”. É bem provável que o Hung Fa Yi Wing Chun tenha dado origem ao Wing Chun moderno, enquanto o Weng Chun de Chi Sim tenha dado origem ao atual sistema Hung Gar.
      Em resumo, ambos os sistemas vieram do Templo Shaolin do sul, mas de lugares diferentes dentro do Templo. Ambos compartilham as mesmas raízes e tradições do Ch’an; entretanto o Wing Chun tem foco no Sap Ming Dim (Fórmula), sua aparência sendo radicalmente diferente daquela do Weng Chun.

1.2.5 Wing Chun não tem conexões ou raízes no Ch’an Budismo 
      Para os monges, as artes marciais eram um método de cultivar seus corações e nutrir suas naturezas. Em chinês, o coração é equivalente ao que no Oeste chamamos de mente. No contexto de Shaolin, a mente de que se falava era a Mente Universal. Nutrir a sua natureza refere-se à natureza de Buddha. Esse é o caminho para se alcançar à iluminação. Quando o Wing Chun saiu do Templo, a maioria das pessoas não o aprendia com o propósito de cultivar seus corações nem nutrir suas naturezas. Os aspectos Ch’an da arte foram deixados para trás por estudantes ou professores que davam demasiada ênfase à autodefesa ou à saúde. Porém, algumas linhagens, ainda hoje, perpetuam as tradições Ch’an, mantendo um elo forte com as origens das artes do Templo Shaolin. Uma frase freqüentemente citada pelos praticantes é “Ming Sum Gim Sing” (Entender o coração, ver a verdadeira natureza). Hoje, há pelo menos duas linhagens de Wing Chun que seguem fortes na tradição Ch’an: Chi Sim e Hung Fa Yi.

1.2.6 O Wing Chun se originou dentro do Junco Vermelho
      O período do Junco Vermelho foi um verdadeiro de caldeirão em que se misturaram muitas artes marciais do sul; numerosos sistemas de Wing Chun conhecidos atualmente começaram a assumir formas diferentes devido ao meio em que estavam inseridos e as experiências pessoais de seus praticantes. Os antepassados das linhagens de Wing Chun mais conhecidas atualmente, tais como: 1º) Yip Man, 2º) Yuen Kay San e 3º) Gu Lao, remontam aos Juncos Vermelhos. Por exemplo, a linhagem de Yip Man vem de Chan Wah Shun, que aprendeu com o Dr. Leung Jan, uma das primeiras pessoas fora da ópera a aprender Wing Chun. De acordo com tradição oral, ele aprendeu de dois membros da ópera, Wong Wah Bo e Leung Yi Dai. Desta forma, a linhagem de Yip Man tem raízes nos Juncos Vermelhos. O que importa é que os membros da Ópera do Junco Vermelho não criaram o Wing Chun. O Wing Chun foi criado no Templo Shaolin do sul e posteriormente infiltrado na Ópera do Junco Vermelho através das Sociedades Secretas, mais de um século depois de ter saído de Shaolin.

COMPANHIAS DE ÓPERAS DOS JUNCOS VERMELHOS

     Durante as viagens da companhia de ópera, Wong Wah Bo acompanhado por Leung Yee Tai, encontrou um famoso herbalista chamado Leung Jan, que vivia em Foshan. Leung Jan sempre tivera bastante interesse em artes marciais, porém nunca havia encontrado um estilo com o qual se identificasse e no qual acreditasse realmente. Ao ver o Wing Chun, imediatamente manifestou interesse em aprender tal sistema. Wong Wah Bo e Leung Yee Tai ensinaram a Leung Jan que então passou a treinar de maneira tão intensa que logo se transformou num combatente extremamente habilidoso, obtendo a reputação de melhor lutador dos arredores da província de Foshan. Por sua vez, Leung Jan ensinou o Wing Chun a seus dois filhos, Leung Bik e Leung Chun. Ensinou também a um amigo, Fung Wah, que acabou por obter o apelido de "Wah do braço de madeira", devido à sua facilidade em quebrar os braços de madeira do mok jong quando praticava a forma Wing Chun nesse instrumento de treino (sendo que nesta época o mok jong era construido com menos molejo entre braços e tronco, obtendo assim maior resistência e no caso de uso de grande força possibilitava a quebra dos braços do aparelho).
     Um vizinho de Leung Jan, Chan Wah Shun, que ganhava a vida como cambista de dinheiro, sempre observava os quatro praticantes e desejou praticar também. Embora não fosse pessoa de educação muito apurada, por sua perseverança aprendeu com facilidade e por ser de maior porte físico que a maioria dos chineses, transformou-se em excelente lutador. Como sua reputação crescia, Chan Wah Shun passou a ensinar Wing Chun, porém para poucos alunos.
     Durante os anos em que ensinou, Chan Wah Shun teve apenas 16 discípulos, sendo o último a admitir, um garoto chamado Yip Man. Yip Man nasceu no ano de 1891, na província de Foshan, (Hong Kong, China). Filho de Oi Doh, mercador e proprietário de loja, e madame Ng, moravam em uma rua chamada Fuk Yin, na qual havia construções dos antepassados de família. Em 1900, portanto aos 9 anos de idade, Yip Man começava a treinar Wing Chun sob a tutela de Chan Wah Shun, em uma daquelas antigas construções, pagando a seu mestre três moedas de prata, o que significava um alto valor para a época.
Yip Man tinha como "Si Hings", Ng Chung So, Lui Yu Chai, Yuen Kay Chan e Yui Choi. Em 1902, Chan Wah Shun viria a falecer e Ng Chung So assumiria o ensino ao grupo, que continuava a incluir o adolescente Yip Man. Apartir de 1907, porém, começaria a atribulada vida de Yip Man, que com 16 anos de idade, presenciou um desafio de chi gung por uma mulher que se propunha a receber um ataque na região da cintura (dan tian) e nada sentir. Yip Man apresentou-se como um voluntário e desferiu um golpe (gum jeong) o qual acabou resultando no falecimento da mulher.

GRÃO MESTRE YIP MAN 

     Devido ao incidente, a família de Yip Man foi forçada a tirá-lo de Foshan e mandá-lo para o Japão, (aos 16 anos, em 1907) a bordo do navio Aoyama Maru que fazia a rota Hong Kong-Kobe, via Shangai. A idéia de uma estada por tempo maior no Japão, onde estudaria e se afastaria de encrencas, não durou muito. Durante a viagem Yip Man já encontrara problemas e depois em terra, viu-se obrigado a se defender, primeiro em um confronto com três indivíduos no cais de Kobe, qual resultaria num segundo combate com um oficial da polícia. Após Yip Man lutar e vencer os três marginais, estes armaram com o oficial da polícia uma maneira de pegar Yip Man. Nem a imagem de um oficial indispôs ao combate, que mesmo vencendo, Yip Man foi preso e para ser solto, porém deportado, teve que assumir verbalmente a derrota perante o oficial. Deve-se levar em conta que havia diferenças políticas e culturais entre China e Japão e, portanto não eram amistosas as relações entre os dois países, configuradas mais tarde na Segunda Guerra Mundial.
     Deportado para a China (1907), Yip Man estabeleceu-se em Hong Kong, reiniciando seus estudos em um colégio da região, chamado St. Stephen’s College. Não tardou, porém e logo Yip Man ficou famoso na escola por meter-se sempre em brigas, mesmo contra oponentes maiores e mais fortes. Certa ocasião encontrava-se em um parque fazendo suas técnicas, as quais foram presenciadas por um homem, este achando muito parecidas com as de um amigo chamado Leung Bik. Esse homem contou ao amigo o que vira e Leung Bik convidou Yip Man para praticar com ele. Uma surpresa para o então jovem e arrogante Yip Man que, convencido
 que até esse dia jamais tinha perdido uma briga, estava disposto a enfrentar quem quer que fosse e aceitou a proposta. No dia combinado foi ao encontro daquele que seria seu adversário, cumprimentou-o e disse que queria lutar. O local do desafio foi no cais de Hong Kong; o homem o olhou de alto a baixo, sorriu e disse chamar-se Leung, perguntando se ele havia treinado com o venerável Chan Wah Shun, de Fatshan e se ele já havia aprendido o Chum Kiu (segundo Taolu do estilo Wing Chun Chuan).

   Yip Man não prestou atenção ao que o homem dizia, pois teria percebido que apenas um conhecedor do estilo poderia saber esses detalhes. Vendo que não havia alternativa, o homem disse que Yip Man poderia atacar como quisesse que ele tentaria não machucá-lo; isso deixou Yip Man furioso, pois não queria ser tratado como criança, que pulou em cima do homem lançando ataques ferozes. O homem apenas esquivava de seus golpes e o jogou ao chão diversas vezes, até que Yip Man reconheceu sua derrota.

   Só não foi surrado, porque o homem cumpriu com sua palavra. O senhor finalmente se apresentou: era Leung Bik, filho de Leung Jan, professor de Chan Wah Shun. Dentro do sistema hierárquico do Kung Fu, isso é terrível, pois Leung Bik era Sisok (tio) de Yip Man, e pertencia a uma geração mais antiga que a sua, na mesma linhagem de mestre, e ele tinha se atrevido a enfrentá-lo!

   Isso é considerado grande desonra para um lutador de Kung Fu. Caindo em si da asneira que fizera, Yip Man desculpou-se e, envergonhado, solicitou humildemente que o aceitasse como discípulo. Dificilmente um verdadeiro mestre de Kung Fu concordaria em transmitir sua arte a uma pessoa tão belicosa quanto Yip Man era nessa época, mas, como

Leung Bik era o único que sabia o estilo completo que ainda estava vivo, o aceitou. De adversário, então, Leung Bik passou à professor de Yip Man. Com ele, Yip Man praticou por dois anos e pode aprender toda a teoria do sistema, já que seu primeiro mestre não dava tanta importância a este aspecto, dessa forma Yip Man concluiu os estudos do Wing Chun Chuan.

   Ao completar 24 anos, retornou a Fatshan, e lá, ao reencontrar seus Sihings, foi acusado de desertor e de ter aprendido outro estilo de Kung Fu, pois seu treinamento com Leung Bik refinou suas as habilidades em Wing Chun, levando-o a um nível muito avançado em relação aos demais. Levou muito tempo para convencer seus colegas do encontro com Leung Bik. De qualquer forma, Ng Chung So, afirmou que as técnicas mostradas por Yip Man eram Wing Chun Chun ainda que aplicadas de forma diferente (vale lembrar que devido a morte de Chan Wah Shun, supõe-se que tenha ficado incompleto o aprendizado de seus alunos, pressuposto ser o conhecimento de Chan Wah Shun diferente de Leung Bik, devido ao "Wing Chun modificado" ensinado por Leung Jan).

   Yip Man, fiel à promessa feita a Leung Bik, se recusou a transmitir o estilo, mesmo que fosse para seus antigos colegas de treinos. Porém, muitos discordam dessa informação alegando que simplesmente foi uma história criada por um amigo de Yip Man (Lee Man), para propósitos de promoção e que ele refinou suas habilidades através de trabalho duro e perspicácia pessoal em Fatshan mesmo. Yip Man então ingressou na força policial de Fatshan; ele ensinava Wing Chun Chuan para alguns de seus subordinados, amigos e parentes, mas não oficialmente como uma escola de artes marciais.

   Yip Man casou-se em 1939 e, no mesmo ano até 1941, serviu o exército na guerra contra o Japão, período que passou por grandes dificuldades financeiras, mas os japoneses venceram, o que não melhorou muito as coisas. A China estava inteiramente devastada e necessitava reconstruir suas cidades e seus campos abandonados, mas terminou por envolver-se numa guerra civil fratricida. O governo nacionalista o recrutou para o posto de capitão das patrulhas policiais do condado de Nanhoi.

   Em 1949, os comunistas venceram a revolução e Yip Man se viu forçado a fugir para Hong Kong, pois sua posição como capitão de polícia significaria morte certa se o apanhassem. Refinado e sem grandes dotes físicos, teve muita dificuldade para arranjar emprego. Devido a sua posição social de destaque, nunca tinha pensado em se tornar professor de Kung Fu mas, por força das circunstâncias (em pobreza absoluta), finalmente foi convencido por um praticante de Kung Fu (nos estilos Lung Kuen e Pak Mei e bem versado em Choy Li Fut) chamado Leung Sheung a dar aulas de Kung Fu na Associação dos Trabalhadores em Restaurantes de Hong Kong, seguiu-se a admissão de mais alunos como Lee Man, Lok Yiu, Tsui Sheung Ting e outros.

   Leung Sheung foi o primeiro discípulo de Yip Man a ensinar

o Wing Chun Chuan profissionalmente. A princípio, os asso-

ciados não davam grande importância aos ensinamentos de Yip Man, pois muitos duvidavam se tratar de um estilo de Kung Fu, além do que, ele se recusava a participar de competições e fazer demonstrações públicas. Após dois anos como instrutor da Associação, onde tinha poucos alunos, decidiu abrir sua própria escola na Hoi Tan Street em Sham Shui Po.

   Inicialmente, o negócio foi ruim porque os alunos permaneceram por poucos meses, em

seguida, mudou-se para Lee Tat Street, no distrito de Yau Ma Tei, em Kowloon. Lá, os alunos mais antigos é que ensinavam o Wing Chun Chuan e ele apenas inspecionava esses instrutores. Infelizmente, isto foi causa de muitas confusões após a morte de Bruce Lee, pois muitos afirmaram ter ensinado diretamente ao pequeno dragão.

   O sucesso de seus discípulos nas brigas de rua e nos pequenos torneios informais entre praticantes de Kung Fu, chamados Gong Sao, tornou o Wing Chun Chuan, até então um estilo pouco conhecido, famoso e muito procurado, ajudando na reputação de Yip Man. Em 1967, ele fundou a Hong Kong Ving Tsun Athletic Association, entidade que ainda hoje representa esse estilo em Hong Kong. Seus alunos espalharam o Wing Chun Chuan por todo o mundo, após um de seus principais discípulos, Bruce Lee, ter-se tornado um ícone do cinema mundial, fato decisivo para que o Wing Chun Chuan se popularizasse, sendo hoje umas das artes marciais chinesas mais praticadas do mundo.

   Yip Man também era conhecido por ser dependente de ópio, e o obtia no mercado negro. O ópio era caro na época e ele precisava de uma fonte segura de renda para sustentar o vício de fumar e seus familiares, que ainda estão vivendo em Fatshan. Assim, ele cobrava muito caro por suas aulas.

   Em 1969, por motivos de saúde, decidiu não mais ensinar, entregando sua escola aos cuidados de seus estudantes mais antigos. Na tradição chinesa é dito que ele "fechou as portas". Yip Man faleceu no dia 1 de dezembro de 1972 (poucos meses antes que seu mais famoso discípulo, Bruce Lee), aos 81 anos, vítima de câncer na laringe, o que abateu fortemente todos aqueles que puderam conhecê-lo e aprender

com ele.

   Até hoje seu túmulo é visitado por praticantes de todo o mundo, havendo na China um museu em sua homenagem. Nunca se utilizou do estilo para autopromoção e é considerado o patriarca do estilo. Alguns de seus alunos mais conhecidos em Fatshan foram Chow Kwong Yue (considerado pelo próprio Yip Man como o melhor de seus alunos, mas se tornou um comerciante e parou de praticar Wing Chun Chuan), Kwok Fu e Lun Kah (ensinaram Wing Chun Chuan em Fatshan e região Kwangtung), Chan Chi Sun e Lui Ying (foram para Hong Kong e ensinaram o Wing Chun Chuan muito restritamente).

   Já em Hong Kong foram Lok Yiu, Tsui Sheung Ting, Wong Shun Leung, Hawkins Cheung, Ho Kam Ming, Bruce Lee, Duncan Leung, Leung Sheung, Leung Ting, entre outros. Segundo se conta, Leung Ting que já havia passado quase oito anos sob a orientação de Leung Sheung, foi aceito pelo patriarca como discípulo “a portas fechadas”, e ele então concluiu seus estudos no Wing Chun Chuan. Em 1972 Leung Ting formou sua primeira turma de Wing Chun Chuan na Universidade Batista de Hong Kong e, em apenas seis meses já tinha mais de 120 alunos!

   Viu-se, então, obrigado a desenvolver um programa sistemático de aulas, atualizado e moderno que garantia ao aluno poder continuar e aprender todas as técnicas, sem faltar sequer uma. No ano seguinte, para distinguir o seu método de ensino, Leung Ting adotou escrita exclusiva para a pronúncia do estilo, "WingTsun" (cuja sigla é WT) e criou a sua própria   organização,   que   hoje  é  denominada  International  WingTsun  Organization 

(IWTO). Hoje, a IWTO é a maior organização profissional de arte marcial no mundo, com representantes em mais de 60 países (aproximadamente 4.000 escolas). Sua sede é em Hong Kong, na movimentada avenida Nathan Road, e lá Leung Ting ainda ministra as suas aulas; o sistema WT é o mais conhecido no mundo, quando se refere ao Wing Chun Chuan.

   Yip Man foi muito respeitado pelos instrutores de artes marciais de Hong Kong. Ele foi o primeiro a ensinar Wing Chun Chuan a um público aberto. Depois de sua morte, vários de seus estudantes formados abriram suas próprias escolas.

   Em alguns casos, instrutores desenvolveram metodologias mais sistemáticas para ensinar o Wing Chun Chuan, mas provavelmente isso não substitui a transmissão direta do sentimento da arte, e isso levou a várias interpretações do estilo. Por isso, hoje em dia muitos desses discípulos intitulam suas técnicas como legítimas e classificam as demais como variantes ou incorretas, e é certo que muitos alteraram por conta própria algumas seqüências ou adaptaram ás suas necessidades, mas não admitem isso, dizendo terem aprendido assim diretamente de Yip Man, inclusive, há divergências no próprio nome do estilo. Quanto às técnicas, existem também muitas divergências, entre elas podemos citar os movimentos do Muk Yan Jong.

   De uma linhagem para outra a seqüência, a intensidade e mesmo os próprios movimentos variam. Yip Man também era 

conhecido por ter muita sagacidade e uma língua cortante; cos-

tumava deixar desconcertados os que se aproximavam dele para conhecerem o seu Wing Chun Chuan e jamais falava de artes marciais, preferia conversar sobre as coisas simples do cotidiano, mas nada ligado ao Wing Chun Chuan, como: "Qual é a cor da moda este ano?", "Qual é a sua canção preferida?", e assim por diante.

   Essa atitude era coerente com o seu nome: Yip (era o nome de família) e Gai Man (o seu nome próprio) que significava "Continue Perguntando". Assim, ele se chamava "Continue Perguntando, Sr. Yip", e adorava fazer perguntas mas, suas respostas eram evasivas, se o assunto era Wing Chun Chuan. Pensava que era injusto alguém vir até ele, fazer uma pergunta, obter uma resposta e ir embora; para ele, se alguém tivesse realmente interessado em sua arte, deveria conviver com ele.

   Devido a dificuldade de encontrar trabalho de auto nível, já que não gostava de trabalhos poucos importantes, foi então quando um amigo seu o ajudou a encontrar emprego (dar aulas de Kung Fu), como vimos anteriormente. Yip Man sempre pensava que o seu Kung Fu era o melhor, para ele era uma coisa muito valiosa, era bom demais para ser ensinado ao público, ainda assim e apesar de não gostar de ensinar, fazê-lo por dinheiro. Este era o principal motivo pelo qual que, após 30 anos aproximadamente ensinando, não era fanático do ensino, apesar de ser um excelente professor.

   Devido ao fato de que Yip Man apreciava os conceitos de seu Kung Fu de maneira extraordinária, com muita freqüência reservava os mais importantes para os alunos a ele mais chegados. A realidade é que Yip Man sempre pensou que técnicas avançadas do Wing Chun Chuan eram demasiadas para serem ensinadas a toda a gente. Curiosamente,

Yip Man raramente dizia aos alunos que estavam fazendo algo errado, em vez de falar,

ele mostrava (era um fundamento filosófico). Se, por algum motivo não gostava de algum aluno em especial, continuava a ensiná-lo, mas não profundamente, mas ensinava, bem de uma maneira ou de outra. Possivelmente por isso, seus alunos, assim como o estilo, se dividiram em diversas facções após sua morte.

   Não limitava o seu ensino as horas estabelecidas de aula. Poderia estar num restaurante e ensinar um tipo especial de soco, andando na rua e ensinar um determinado chute. Por vezes agia mais por emoções que por razão e era muito impulsivo e emotivo.

   Apesar de já idoso, nos seus últimos anos de vida, continuava uma pessoa ativa e ágil até o seu falecimento. Era verdadeiramente rápido quando andava pela rua, muitas vezes alguém tinha de o "perseguir", ao invés de "acompanhá-lo", o que não era coisa normal, pois era um homem de idade avançada e de uma estatura reduzida. Gostava muito de jogos de futebol, pescar e ir ao cinema.

   Yip Man tinha uma visão muito especial do Wing Chun Chuan e de como deveria ser ensinado, ainda que por vezes tenha sido criticado por não dar todo o seu esforço ao ensino, compreendemos quão pouco fundamento tem estas afirmações quando se observam um dos recitados da sua instrução: "o melhor Wing Chun é aquele totalmente incorporado ao praticante e que não pode ser percebido". Ele vinha de uma família muito rica, o seu pai era comerciante e Yip Man era homem culto e ao mesmo tempo um grande pensador. É este o motivo pelo qual, muitos anos depois a maioria de seus pensamentos eram muito avançados para a grande maioria de seus alunos.   

   Ele abominou cinco coisas durante a sua vida:

- não gostava de usar terno;

- não gostava de falar que alguém estava errado;

- não gostava de ensinar a estrangeiros;

- não gostava de tirar fotos;

- não gostava de ensinar técnicas de chutes.

 

   Reconhecido como grão-mestre e último grande líder do clã Wing Chun moderno, Yip Man é conhecido como aquele que trouxe para o sistema, a imensa popularidade que possui atualmente. Mesmo sob a mira da publicidade, sempre cultivou sua simplicidade e humildade, nunca demonstrando toda sua capacidade ao executar séries de movimentos em público. Atualmente existem várias linhagens de Wing Chun, e grandes mestres, mas Yip Man não deixou sucessor.

 


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